Novelas e Romances Completos , livre ebook

icon

2068

pages

icon

Português

icon

Ebooks

2017

Écrit par

Publié par

icon jeton

Vous pourrez modifier la taille du texte de cet ouvrage

Lire un extrait
Lire un extrait

Obtenez un accès à la bibliothèque pour le consulter en ligne En savoir plus

Découvre YouScribe en t'inscrivant gratuitement

Je m'inscris

Découvre YouScribe en t'inscrivant gratuitement

Je m'inscris
icon

2068

pages

icon

Português

icon

Ebooks

2017

icon jeton

Vous pourrez modifier la taille du texte de cet ouvrage

Lire un extrait
Lire un extrait

Obtenez un accès à la bibliothèque pour le consulter en ligne En savoir plus

Este livro contém vários índices HTML.
O primeiro índice (no início do eBook) apresenta os títulos de todas as obras incluídas neste volume. Ao clicar num desses títulos, o leitor será redirecionado para o início dessa obra, onde encontrará um novo índice enumerando todos os capítulos e subcapítulos desse trabalho específico.
Eça de Queirós é seguramente um dos escritores mais importantes e influentes da língua portuguesa.
Aqui disponibilizamos, pela primeira vez em formato digital, todos os romances e novelas deste magnífico autor, onde se incluem "Os Maias", "O Crime do Padre Amaro", "A Cidade e as Serras", "O Mistério da Estrada de Sintra", "O Mandarim", "O Primo Basílio" e muitos mais!
Voir icon arrow

Publié par

Date de parution

11 novembre 2017

Nombre de lectures

52

EAN13

9789897780875

Langue

Português

Poids de l'ouvrage

1 Mo

E ç a de Queir ó s
NOVELAS E ROMANCES COMPLETOS
 
Í ndice
 
 
 
O Mistério da Estrada de Sintra
O Crime do Padre Amaro
A Tragédia da Rua das Flores
O Primo Basílio
O Mandarim
A Relíquia
Os Maias
A Correspondência de Fradique Mendes
A Ilustre Casa de Ramires
A Cidade e as Serras
A Capital
Alves & Companhia
O Conde d’Abranhos
Cartas Inéditas de Fradique Mendes e Mais Páginas Esquecidas
 
O Mistério da Estrada de Sintra
Primeira edi çã o: 1870
 
 
 
Prefácio — Carta ao Editor do «Mistério da Estrada de Sintra»
Exposição do Doutor ***
1
2
3
4
5
6
7
Intervenção de Z.
De F... ao Médico
1
2
3
4
Nota
Segunda Carta de Z.
Narrativa do Mascarado Alto
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
As Revelações de A. M. C.
1
2
3
4
5
6
A Confissão Dela
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Concluem as Revelações de A. M. C.
1
2
A Última Carta
 
 
 
Prefácio — Carta ao Editor do «Mistério da Estrada de Sintra»
 
 
 
H á catorze anos, numa noite de ver ã o, no Passeio P ú blico, em frente de duas ch á venas de caf é , penetrados pela tristeza da grande cidade que em torno de n ó s cabeceava de sono ao som de um solu ç ante pot-pourri dos Dois Foscaris, deliber á mos reagir sobre n ó s mesmos e acordar tudo aquilo a berros, num romance tremendo, buzinado à Faixa das alturas do Di á rio de Not í cias.
Para esse fim, sem plano, sem m é todo, sem escola, sem documentos, sem estilo, recolhidos à simples « torre de cristal da Imagina çã o » , desfech á mos a improvisar este livro, um em Leiria, outro em Lisboa, cada um de n ó s com uma resma de papel, a sua alegria e a sua aud á cia.
Parece que Lisboa efetivamente despertou, pela simpatia ou pela curiosidade, pois que tendo lido na larga tiragem do Di á rio de Not í cias o Mist é rio da Estrada de Sintra, o comprou ainda numa edi çã o em livro; e hoje manda-nos V. as provas de uma terceira edi çã o, perguntando-nos o que pensamos da obra escrita nesses velhos tempos, que recordamos com saudade...
Havia j á ent ã o terminado o feliz reinado do Senhor D. Jo ã o VI. Falecera o simp á tico Gar çã o, Tolentino o jucundo, e o sempre chorado Quita. Al é m do Passeio P ú blico, j á nessa é poca evacuado como o resto do pa í s pelas tropas de Junot, encarregava-se tamb é m de falar à s imagina çõ es o Sr. Octave Feuillet. O nome de Flaubert n ã o era familiar aos folhetinistas. Ponson du Terrail trovejava no Sinai dos pequenos jornais e das bibliotecas econ ó micas. O Sr. Jules Claretie publicava um livro intitulado... (ningu é m hoje se lembra do t í tulo) do qual diziam comovidamente os cr í ticos: — Eis a í uma obra que h á de ficar!... N ó s, enfim, é ramos novos.
O que pensamos hoje do romance que escrevemos h á catorze anos... Pensamos simplesmente — louvores a Deus! — que ele é execr á vel e nenhum de n ó s, quer como romancista, quer como cr í tico, deseja, nem ao seu pior inimigo, um livro igual. Porque nele h á um pouco de tudo quanto um romancista lhe n ã o deveria p ô r e quase tudo quanto um cr í tico lhe deveria tirar.
Poupemo-lo — para o n ã o agravar fazendo-o em tr ê s volumes — à enumera çã o de todas as suas deformidades! Corramos um v é u discreto sobre os seus mascarados de diversas alturas, sobre os seus m é dicos misteriosos, sobre os seus louros capit ã es ingleses, sobre as suas condessas fatais, sobre os seus tigres, sobre os seus elefantes, sobre os seus iates em que se arvoram, como pavilh õ es do ideal, len ç os brancos de cambraia e renda, sobre os seus sinistros copos de ó pio, sobre os seus cad á veres elegantes, sobre as suas toilettes rom â nticas, sobre os seus cavalos esporeados por cavaleiros de capas alvadias desaparecendo envoltos no p ó das fant á sticas aventuras pela Porcalhota fora!...
Todas estas coisas, ali á s simp á ticas, comoventes por vezes, sempre sinceras, desgostam todavia velhos escritores, que h á muito desviaram os seus olhos das perspetivas enevoadas da sentimentalidade, para estudarem pacientemente e humildemente as claras realidades da sua rua.
Como permitimos pois que se republique um livro que, sendo todo de imagina çã o, cismado e n ã o observado, desmente toda a campanha que temos feito pela arte de an á lise e de certeza objetiva?
Consentimo-lo porque entendemos que nenhum trabalhador deve parecer envergonhar-se do seu trabalho.
Conta-se que Murat, sendo rei de N á poles, mandara pendurar na sala do trono o seu antigo chicote de postilh ã o, e muitas vezes, apontando para o cetro, mostrava depois o a ç oite, gostando de repetir: Comecei por ali. Esta gloriosa hist ó ria confirma o nosso parecer, sem com isto querermos dizer que ela se aplique à s nossas pessoas. Como trono temos ainda a mesma velha cadeira em que escrev í amos h á quinze anos; n ã o temos dossel que nos cubra; e as nossas cabe ç as, que embranquecem, n ã o se cingem por enquanto de coroa alguma, nem de louros, nem de N á poles.
Para nossa modesta satisfa çã o basta-nos n ã o ter cessado de trabalhar um s ó dia desde aquele em que dat á mos este livro at é o instante em que ele nos reaparece inesperadamente na sua terceira edi çã o, com um petulante arzinho de triunfo que, à f é de Deus, n ã o lhe vai mal!
Ent ã o, como agora, escrev í amos honestamente, isto é , o melhor que pod í amos. Desse amor de perfei çã o, que é a honradez dos artistas, veio talvez a simpatia do p ú blico ao livro da nossa mocidade.
H á mais duas raz õ es, para autorizar esta reedi çã o.
A primeira é que a publica çã o deste livro, fora de todos os moldes at é o seu tempo consagrados, pode conter, para uma gera çã o que precisa de a receber, uma ú til li çã o de independ ê ncia.
A mocidade que nos sucedeu, em vez de ser inventiva, audaz, revolucion á ria, destruidora de í dolos, parece-nos servil, imitadora, copista, curvada de mais diante dos mestres. Os novos escritores n ã o avan ç am um p é que n ã o pousem na pegada que deixaram outros. Esta pusilanimidade torna as obras tr ô pegas, d á -lhes uma express ã o estafada; e a n ó s, que partimos, a gera çã o que chega faz-nos o efeito de sair velha do ber ç o e de entrar na arte de muletas.
Os documentos das nossas primeiras loucuras de cora çã o queim á mo-los h á muito, os das nossas extravag â ncias de esp í rito desejamos que fiquem. Aos vinte anos é preciso que algu é m seja estroina, nem sempre talvez para que o mundo progrida, mas ao menos para que o mundo se agite. Para se ser ponderado, conecto e im ó vel h á tempo de sobra na velhice.
Na arte, a indisciplina dos novos, a sua rebelde for ç a de resist ê ncia à s correntes da tradi çã o, é indispens á vel para a revivesc ê ncia da inven çã o e do poder criativo, e para a originalidade art í stica. Ai das literaturas em que n ã o h á mocidade! Como os velhos que atravessaram a vida sem o sobressalto de uma aventura, n ã o haver á nelas que lembrar. Al é m de que, para os que na idade madura foram arrancados pelo dever à s facilidades da improvisa çã o e entraram nesta regi ã o dura das coisas exatas, entristecedora e mesquinha, onde, em lugar do esplendor dos hero í smos e da beleza das paix õ es, s ó h á a pequenez dos carateres e a mis é ria dos sentimentos, seria doce e reconfortante ouvir de longe a longe, nas manh ã s de sol, ao voltar da primavera, zumbir no azul, como nos bons tempos, a dourada abelha da fantasia.
A ú ltima raz ã o que nos leva a n ã o repudiar este livro, é que ele é ainda o testemunho da í ntima confraternidade de dois antigos homens de letras, resistindo a vinte anos de prova çã o nos contactos de uma sociedade que por todos os lados se dissolve. E, se isto n ã o é um triunfo para o nosso esp í rito, é para o nosso cora çã o uma suave alegria.
 
Lisboa, 14 de dezembro de 1884.
 
De V.
Antigos amigos,
 
E ç a de Queir ó s
Ramalho Ortig ã o
Exposição do Doutor ***
 
1
 
 
 
Sr. Redator do Di á rio de Not í cias:
Venho p ô r nas suas m ã os a narra çã o de um caso verdad

Voir icon more
Alternate Text