29
pages
Português
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2025
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Publié par
Date de parution
16 janvier 2025
Nombre de lectures
6
EAN13
9789897789205
Langue
Português
William Shakespeare
AS GRANDES OBRAS
autor | william shakespeare
capa | mim é tica
imagem da capa | john taylor: retrato de chandos (1610)
pagina çã o | mim é tica
copyright | 2019 © mim é tica para a presente tradu çã o
esta edi çã o respeita o novo acordo ortogr á fico da l í ngua portuguesa
Í ndice
A Comédia dos Erros
A Megera Domada
As Alegres Senhoras de Windsor
Conto de Inverno
Medida por Medida
Muito Barulho por Nada
O Mercador de Veneza
Os Dois Cavalheiros de Verona
Sonho de uma Noite de Verão
Trabalhos de Amor Perdidos
Tudo Bem Quando Termina Bem
A Tempestade
Antônio e Cleopatra
Coriolano
Hamlet
Júlio César
Macbeth
Otelo
Rei Lear
Romeu e Julieta
Tito Andrônico
Henrique IV — Parte 1
Henrique IV — Parte 2
Henrique VIII
Vida e Morte do Rei João
Ricardo II
Ricardo III
A Comédia dos Erros
Personagens
Ato 1
Cena 1
Cena 2
Ato 2
Cena 1
Cena 2
Ato 3
Cena 1
Cena 2
Ato 4
Cena 1
Cena 2
Cena 3
Cena 4
Ato 5
Cena 1
Personagens
SOLINO , Duque de É feso. EGEU , mercador de Siracusa. ANT Í FOLO DE É FESO , filho de Egeu e de Em í lia. ANT Í FOLO DE SIRACUSA , filho de Egeu e de Em í lia. DR Ô MIO DE É FESO , criado dos dois Ant í folos. DR Ô MIO DE SIRACUSA , criado dos dois Ant í folos BALTASAR , mercador.  NGELO , ourives. Um mercador, amigo de Ant í folo de Siracusa. Um segundo mercador, de quem  ngelo é devedor PINCH , mestre-escola e exorcista. EM Í LIA , esposa de Egeu, abadessa em É feso. ADRIANA , esposa de Ant í folo de É feso. LUCIANA , sua irm ã . L Ú CIA , criada de Adriana. UMA CORTES à . O carcereiro, oficiais de justi ç a e gente do s é q u ito.
Ato 1
Cena 1
Uma sala no pal á cio do duque. Entram o duque, Egeu, carcereiro, oficiais e s é q u ito.
EGEU — Vamos, Solino; apressa a minha queda; de mim, com a morte, este mart í rio arreda.
DUQUE — Cala-te, mercador de Siracusa; parcial n ã o posso ser no que respeita à aplica çã o da lei. A inimizade e a luta decorrente dos ultrajes inomin á veis que, de pouco, o vosso duque infligiu aos nossos compatriotas, honrados mercadores que, por falta de florins com que as vidas resgatassem, selaram seus decretos ominosos com o pr ó prio sangue, excluem qualquer r é stia de piedade de nosso olhar terr í vel. Desde os mortais conflitos intestinos, surgidos entre os vossos compatr í cios sediciosos e n ó s, foi decretado em s í nodos solenes, n ã o s ó pelos siracusanos como por n ó s pr ó prios, que n ã o se admitiria nenhum tr á fico entre as duas cidades inimigas. Mais, ainda: se algu é m, nascido em É feso, em feiras ou mercados fosse visto de Siracusa, ou, ainda, se um nativo siracusano viesse ter ao porto de É feso, morreria e seus bens todos seriam confiscados pelo duque, a menos que mil marcos nos pagasse, para se resgatar e ficar livre da pena cominada. Ora, o mais alto c ô mputo de teus bens escassamente chega a cem marcos. Desse modo te achas, por nossas leis, à morte condenado.
EGEU — Consola-me saber que o teu decreto hoje p õ e fim ao meu viver inquieto.
DUQUE — Est á bem. Ora quero que nos digas, siracusano, sem rodeio in ú til, por que de tua p á tria te afastaste e o motivo de estares ora em É feso.
EGEU — Mais pesada tarefa n ã o podia ser-me imposta do que isso de contar-te minha dor indiz í vel. No entretanto, porque dar testemunho possa o mundo de que meu triste fim n ã o foi causado por falta vergonhosa, mas por puro sentimento paterno, vou dizer-te quanto me permitir minha tristeza. Nasci em Siracusa, onde uma esposa soube escolher, que em mim teria achado toda a felicidade, como eu nela, se n ã o nos fosse adverso o duro fado. Viv í amos felizes; em aumento ia nossa fortuna, por freq u entes e frutuosas viagens que a Epidamno costumava eu fazer. Mas o trespasso do meu feitor, na obriga çã o premente me p ô s de dirigir os bens dispersos, dos bra ç os carinhosos me arrancando de minha terna esposa. Minha aus ê ncia n ã o durara seis meses, quando — quase desfalecida pela doce pena da heran ç a feminina — ela j á tinha tomado todas as medidas, para se me juntar, havendo s ã e salva chegado onde eu me achava. Muito tempo n ã o se passou sem que ela se tornasse m ã e de dois belos filhos, de tal modo parecidos — oh fato extraordin á rio! — que s ó se distinguiam pelos nomes. Na mesma hora, na mesma hospedaria, uma mulher do povo de igual fardo se livrou, dando à luz dois filhos g ê meos tamb é m mui parecidos, que por serem de gente muito pobre eu comprei logo, para que a servir viessem meus dois filhos. Muito orgulhosa de seus dois pimpolhos, falava diariamente minha esposa em voltar para casa. A contragosto fiz-lhe a vontade, mas, ai! muito cedo nos embarcamos. Uma l é gua viajamos de Epidamno sem que o mar, sempre aos ventos obediente, qualquer tr á gico ind í cio nos mostrasse de nossa m á ventura. Muito tempo, contudo, n ã o ficamos animados, porque o pouco de luz quase apagada que o c é u nos enviava, s ó servia para levar a nossas almas t í midas mensagem certa de uma morte pr ó xima. Eu, de mim, a aceitara alegremente; mas as lamenta çõ es de minha esposa, que, à s ó id é ia do perigo imano, chorava sem cessar, e os lastimosos gritos dos dois meninos amor á veis, que por moda choravam, pois n ã o tinham consci ê ncia do perigo, me for ç aram a procurar adiar o fim de todos, pois outra expectativa era imposs í vel. Ao barco os marinheiros se acolheram, deixando-nos o casco do navio prestes a se afundar. Minha consorte, mais cuidadosa do ú ltimo nascido, o havia atado a um mastro de reserva de que os marujos sempre andam providos, para enfrentar os temporais desfeitos. A ele um dos outros g ê meos foi atado, enquanto dos demais eu me ocupava. Dispostos desse modo os nossos filhos, eu e minha mulher, fixos os olhos em quem fixo o cuidado sempre t í nhamos, nos atamos, tamb é m, nas duas pontas do alto mastro, e ao sabor, sempre, das ondas, na dire çã o seguimos de Corinto, conforme imagin á vamos. Por ú ltimo, a dardejar os raios sobre a terra, desfez o sol a n é voa causadora de todo o nosso mal, deixando calmas de novo as ondas, pela a çã o ben é fica de sua luz por que tanto anel á vamos o que nos permitiu ver dois navios que para n ó s, com pressa, velejavam: um de Corinto, de Ep í damno o outro. Mas antes de at é n ó s eles chegarem... Oh! Nada mais direi. Deduze o resto, ante o que sabes do meu fado mesto.
DUQUE — Adiante, velho! Acaba a tua hist ó ria. Despertas-nos piedade, muito embora conceder-te perd ã o seja imposs í vel.
EGEU — Oh! Se os deuses assim tivessem sido, agora eu acus á -los n ã o pudera de nos terem tratado cruelmente, pois distantes de n ó s n ã o se encontravam dez l é guas os dois barcos, quando fomos dar de encontro a um penedo imano e a pique, com tal for ç a, que a nossa esperan ç osa nau se despeda ç ou, e de tal modo se processou nosso div ó rcio injusto, que a cada um de n ó s deixou a Fortuna o com que se alegrar e lastimar-se. A parte em que se achava minha esposa — pobre alma! — ao parecer com menos peso, mas com igual desdita, foi levada com mais velocidade pelos ventos, tendo sido eles tr ê s à nossa vista salvos por pescadores de Corinto, conforme ent ã o pensamos. Finalmente, a bordo nos tomou outro navio. Ao ficarem sabendo seus marujos a quem haviam salvo por acaso, deram boa acolhida aos pobres n á ufragos; e a presa, porventura, aos pescadores teriam retomado, se n ã o fosse terem o barco de moroso curso. Por isso, navegaram rumo à p á tria. Sabeis agora como eu fui privado de toda a minha dita, como os fados adversos minha vida prolongaram, para eu contar a minha triste hist ó ria.
DUQUE — Agora, pelo amor dos que lastimas, faze-me o obs é quio de contar por mi ú do tudo o que eles e tu haveis passado.
EGEU — Meu ca ç ula, o mais velho nos cuidados, aos dezoito anos revelou desejo de procurar o irm ã o, tendo insistido junto de mim, para que seu criado — que, como ele, privado tamb é m fora de um irm ã o cujo nome ele levava — nas investiga çõ es o acompanhasse. Assim, porque sofria de saudades de meu filho perdido, pus em risco vir a perder o que ainda me restava. Cinco estios passei na extrema Gr é cia; vasculhei os confins da Á sia distante; e, ao costear, j á de volta para a p á tria, a É feso vim ter, sem esperan ç a nenhuma, é certo, de poder ach á -los, mas porque n ã o deixasse inexplorado nenhum lugar capaz d