Agnes Grey , livre ebook

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«Agnes Grey» é um retrato gritante do isolamento, estagnação intelectual e apatia emocional que rodeava muitas das governantas de meados do século XIX.
Um romance em tom muito intimista, escrito a partir da experiência da própria autora, afirmou-se como um marco da literatura que lida com a evolução social e moral da sociedade inglesa.
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Date de parution

23 septembre 2024

Nombre de lectures

1

EAN13

9789897789953

Langue

Português

Anne Bront ë
AGNES GREY
t í tulo original | agnes grey
autor | anne bront ë
tradu çã o | manuela porto
capa | mim é tica
imagem da capa | franz xaver winterhalter: retrato de francisca de bragan ç a (1844)
pagina çã o | mim é tica
copyright | 2019 © mim é tica para a presente tradu çã o
 
esta edi çã o respeita o novo acordo ortogr á fico da l í ngua portuguesa
Í ndice
 
 
 
Capítulo 1 — O Presbitério
Capítulo 2 — Primeiras Lições Sobre a Arte de Ensinar
Capítulo 3 — Algumas Lições Mais
Capítulo 4 — A Avozinha
Capítulo 5 — O Tio
Capítulo 6 — Novamente o Presbitério
Capítulo 7 — Horton Lodge
Capítulo 8 — Entrada na Sociedade
Capítulo 9 — O Baile
Capítulo 10 — A Igreja
Capítulo 11 — As Herdades
Capítulo 12 — O Aguaceiro
Capítulo 13 — As Primaveras
Capítulo 14 — O Reitor
Capítulo 15 — O Passeio
Capítulo 16 — A Substituição
Capítulo 17 — Confissões
Capítulo 18 — Alegria e Luto
Capítulo 19 — A Carta
Capítulo 20 — A Despedida
Capítulo 21 — A Escola
Capítulo 22 — A Visita
Capítulo 23 — O Parque
Capítulo 24 — As Dunas
Epílogo
 
 
 
Capítulo 1 — O Presbitério
 
 
 
Todas as hist ó rias verdadeiras possuem um ensinamento, embora nalgumas seja dif í cil de encontrar, e, quando se encontre, seja t ã o pequeno que, tal como acontece a uma noz seca e encarquilhada, mal nos compense do trabalho de lhe quebrar a casca.
Se tal sucede com a minha hist ó ria, n ã o me compete a mim julgar. Penso, à s vezes, que pode ser ú til a alguns, e entreter outros, mas cada qual avaliar á por si.
Protegida pela minha pr ó pria obscuridade, pelo tempo que j á decorreu e pelos nomes inventados, n ã o receio aventurar-me a expor ao p ú blico aquilo que n ã o confiaria à pessoa mais í ntima.
Meu pai, sacerdote no norte da Inglaterra, foi sempre justamente respeitado por quantos o conheceram. Na sua mocidade viveu razoavelmente do rendimento de uma pequena par ó quia e tamb é m das rendas de uma pequena propriedade agrad á vel que possu í a.
Minha m ã e casou com ele contra a vontade da fam í lia. Era filha de um propriet á rio abastado, e mulher de car á ter. Em v ã o lhe repetiram que, casando com meu pai, homem pobre, teria de renunciar a carruagem, criada de quarto e outros luxos e eleg â ncias, pr ó prios da abastan ç a, e que para ela deviam ser pouco menos que indispens á veis.
Ora um carro e uma criada de quarto s ã o coisas muit í ssimo ú teis, mas, gra ç as a Deus, ela tinha p é s para andar e m ã os para se servir. Uma casa elegante e grandes sal õ es s ã o agradabil í ssimos, mas ela preferia viver com Richard Grey numa pequena herdade, a viver num pal á cio com qualquer outro.
Vendo que argumentos de nada serviam, o pai acabou por declarar aos namorados que casassem, se assim o queriam, mas que sua filha, se tal fizesse, perdia o direito à m í nima parcela dos seus haveres. Esperava ele acalmar assim o ardor dos namorados, mas enganou-se. Meu pai avaliava bem as qualidades de minha m ã e para a n ã o considerar s ó por si uma riqueza, e se ela consentia em vir alegrar o seu lar humilde, ele sentia-se feliz em receb ê -la em quaisquer condi çõ es. Ela, por seu lado, preferia trabalhar por suas pr ó prias m ã os a ver-se apartada do homem a quem amava, a quem se sentia unida pelo esp í rito e pelo cora çã o, e a quem desejava ardentemente tornar feliz. Nestas condi çõ es, a sua riqueza foi avolumar a bolsa de uma irm ã mais sensata, que casara com um nababo, e ela, com espanto e compaix ã o de quantos a conheciam, enterrou-se no presbit é rio rude de uma aldeia, escondida entre colinas.
— Estou convencida de que, a despeito da exalta çã o de minha m ã e e das fantasias de meu pai, se se procurasse por toda a Inglaterra n ã o se encontraria casal mais feliz.
De seis filhos, eu e minha irm ã Mary fomos os ú nicos a sobreviver aos perigos da primeira inf â ncia e do crescimento. Sendo eu mais nova cinco ou seis anos, fui sempre considerada a menina, o miminho de toda a fam í lia. Pai, m ã e e irm ã , todos se juntaram para me estragar: n ã o que me tornasse medrosa e obstinada por indulg ê ncia excessiva, mas porque, em virtude da bondade infinita com que fui tratada, fiquei incapaz de iniciativa, demasiadamente dependente e n ã o sabendo lutar contra os cuidados e incertezas da vida.
Mary e eu fomos educadas no maior isolamento.
Sendo minha m ã e simultaneamente bem-educada, instru í da e amiga de se ocupar, tomou a seu cargo toda a nossa educa çã o, com exce çã o do latim, que meu pai se encarregou de ensinar-nos. De modo que nunca and á mos na escola, e, como na vizinhan ç a n ã o havia qualquer esp é cie de rela çõ es, o ú nico contacto que t í nhamos com o mundo consistia nalgum ch á tristonho, l á de tempos a tempos, a convite dos lavradores e negociantes dos arredores (convite que aceit á vamos exatamente para evitar que nos considerassem excessivamente orgulhosos para nos darmos com a vizinhan ç a) e na visita anual que faz í amos à nossa querida av ó paterna, mas a í , à parte a pr ó pria av ó , o bondoso avozinho, uma tia solteira e duas ou tr ê s pessoas de idade, n ã o v í amos mais ningu é m.
Por vezes nossa m ã e divertia-nos com hist ó rias e anedotas da sua juventude. Essas hist ó rias, ao mesmo tempo que nos entretinham espantosamente, acordavam — pelo menos em mim — o desejo secreto de ver um pouco mais de mundo.
Imagino que ela deve ter sido muito feliz, mas nunca deu mostras de lamentar esse tempo passado. Por é m, meu pai, cujo temperamento n ã o era tranquilo nem alegre por natureza, muitas vezes se atormentava injustamente a pensar nos sacrif í cios que a sua querida mulher fizera por ele, quebrando a cabe ç a com projetos imposs í veis, que lhe permitissem aumentar os seus parcos haveres, para bem dela, e para nosso bem.
Em v ã o minha m ã e lhe assegurava estar absolutamente satisfeita, e lhe afirmava que, se ele pusesse de lado um poucachinho para as filhas, ter í amos mais do que o suficiente no momento e de futuro. A economia, por é m, n ã o era o forte de meu pai. Se n ã o arranjava d í vidas (pelo menos minha m ã e procurava que ele as n ã o arranjasse) enquanto tinha dinheiro devia gast á -lo. Gostava de ter conforto em casa, de ver a mulher e as filhas bem vestidas e sem lhes faltar nada, e era caridoso, gostando de dar aos pobres conforme podia. Segundo alguns, mesmo mais do que podia.
Um dia um amigo bondoso sugeriu-lhe a ideia e a maneira de duplicar os seus bens de uma s ó vez e de acrescent á -los depois de uma forma incalcul á vel. Esse amigo era um negociante muito empreendedor e de valor indiscut í vel, mas que se sentia um pouco constrangido nos seus neg ó cios por falta de capital. Propunha generosamente a meu pai dar-lhe uma boa parte nos lucros, se lhe emprestasse o bastante para ele negociar, e julgava poder prometer que, fosse qual fosse a soma que meu pai lhe entregasse, lha traria com um lucro de cem por cento.
O pequeno patrim ó nio foi vendido rapidamente e todo o dinheiro da venda entregue ao negociante amigo, que prontamente carregou um navio e se preparou para uma viagem.
Meu pai estava encantado com uma perspetiva t ã o brilhante, e n ó s tamb é m.
É verdade que de momento est á vamos reduzidos ao limitado rendimento da par ó quia, mas meu pai n ã o achava que fosse necess á rio restringir as despesas a esse rendimento, de modo que, com uma conta a longo prazo a Mr. Jackson, outra a Mr. Smith, outra a Mr. Hobson, continu á mos a viver talvez mesmo melhor do que at é ent ã o.
Minha m ã e bem dizia que era melhor n ã o arranjar d í vidas, porque os nossos planos de riqueza eram ainda incertos, e, se meu pai a deixasse dirigir, nunca se veria em dificuldades; mas, decididamente, ele era incorrig í vel.
Quantas horas pass á mos, eu e Mary, umas vezes sentadas ao lume, outras passeando pelas colinas cobertas de urze, algumas vezes ainda pregui ç ando debaixo do chor ã o (a ú nica á rvore importante que havia no jardim), falando de futuras felicidades para n ó s e para os pais, conversando das coisas que far í amos e daquilo que querer í amos ver, sem ter outra base que n ã o fossem as nossas boas esperan ç as nas riquezas que vinham ao nosso encontro, dado o ê xito das especula çõ es do c é lebre negociante!
Nosso pai ainda era pior do que n ó s, mas fingia-se menos apressado, mostrando a sua esperan ç a

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